terça-feira, 7 de julho de 2015

Série: Scream - The TV Series

"If You Thought It Was Over. You're Dead Wrong."
From the series

Semana passada estreou um seriado baseado nos filmes da franquia Pânico, o "Scream: The TV Series" ou apenas "Scream" - para os íntimos. Como grande fã e como a sequência da nova trilogia não vai rolar, eu não poderia deixar de conferir esse novo projeto. Embora a princípio eu tenha ficado com um pé atrás, isso mudou completamente após assistir o primeiro episódio.

O piloto da série começa com um vídeo polêmico da adolescente Audrey Jensen (Bex Taylor-Klaus, a Sin de Arrow) sendo compartilhado por toda a internet. Com isso, abre-se uma oportunidade para um assassino assombrar tanto o passado quanto presente dos cidadãos de Lakewood. E que a matança comece!



Apenas nesse único episódio, os escritores conseguiram acoplar toda a essência que a franquia carrega, qual seja diálogos inteligentes e propositais, humor, suspense e mortes cruéis e bem criativas. Uma característica que adoro são as falas sobre os clichês de filmes de horror, que são apontadas de forma bem descontraída e fica algo como Inception (uma série de horror, baseada em filmes de horror, falando de seus clichês, que ao mesmo tempo os clichês também estão inseridos na série).


Como na cena em que Noah Foster (John Karna) diz: "Não se faz um filme de psicopata como uma série. Bem, pense sobre isso. Menina e seus amigos chegam à boate, ao campo, à cidade deserta, que seja, o psicopata os mata um a um, noventa minutos depois, o sol nasce e a menina sobrevivente sentada na ambulância vê os corpos dos seus amigos passando. Filmes de psicopatas passam muito rápido. Na TV é preciso esticar as coisas. Quando o primeiro corpo é encontrado, é só questão de tempo até o banho de sangue começar."

Astuto, não? Essa fala nada mais é do que a própria elucidação de como a ideia de um seriado baseado num filme de horror pode funcionar sim. Com isso a série ganhou meu respeito, pois era justamente o que me deixava desconfiada.

Clichês têm aos montes, desde Kieran Wilcox (Amadeus Serafini) dizendo "talvez devêssemos ficar com medo. Vários adolescentes na festa do lago onde o assassino morava e morreu. É como um cenário natural para assassinos.", ou então Noah apontando os esteriótipos de suspeitos e incluindo ele mesmo.


Um dos pontos fortes do episódio foi a cena da primeira morte, que poderíamos classificar como um reboot do clássico de 1996. Tem a moça loira sozinha em casa, até que o assassino entra em contato, flerta e começa a aterrorizar jovem. Aqui podemos ver o avanço tecnológico que alcançamos, pois lá em 1996, a vítima usava um telefone sem fio tamanho tijolo e aqui em 2015, a adolescente usa um Smartphone de última geração e se comunica com o assassino através de mensagens de texto.


Uma das mudanças que fica bem visível é o design da máscara, que apesar da MTV afirmar que o motivo dela não ser idêntica à clássica não é devido aos direitos autorais - vamos fingir que acreditamos -, a nova máscara não deixa a desejar. Ela está mais sombria, mais real. E ainda li numa entrevista com os criadores da série, que ela foi inspirada em homenagem aos personagens Jason e Michael Myers de Sexta-Feira 13 e Halloween, respectivamente.

A construção dos suspeitos foi muito bacana também, ou seja, todos. Cada um é apontado como provável suspeito - ou cúmplice, não esqueçamos da franquia -, ninguém está descartado e isso é mais uma prova de que a série é possível sim, contanto que "se estique as coisas".


Ainda que o episódio piloto tenha conseguido captar as particularidades da história clássica, senti falta dos sustos e penso que cena dos sussurros foi desnecessária, deixando o lago com aspecto místico e não convence. Apesar disso, pude relembrar da sensação de assistir aos filmes e estou ansiosa pelo desenrolar da trama. Creio que muitos sustos estão por vir e que a série tem um grande potencial.